sábado, 8 de janeiro de 2011

INTERNET UM DESAFIO AOS PAIS


A internet veio facilitar a atuação dos pedófilos e pais devem ficar atentos aos acessos de seus filhos


Cuidado redobrado para as crianças na internet
Olhares curiosos e divertimento de risco diante de uma tela na Internet. Com um mundo desconhecido à sua frente, crianças e adolescente utilizam a ferramenta para educar e entreter, mas também correm perigo quando o acesso é irrestrito e sem controle dos pais. Os crescentes casos de pedofilia na Internet que estão sendo registrados nas estatísticas levam à preocupação de autoridades que lidam com a situação. Os últimos dados em 2003, segundo dados da Teléfono Arcobaleno, ONG italiana que monitora a pedofilia on-line, contabilizam mais de 17 mil denúncias.
A delegada da Polícia Federal (PF), Mônica Horta, frisa que a todo momento esses números estão aumentando. Segundo ela, é preciso que não só as autoridades, mas também a sociedade se mobilizem para combater esse tipo de crime. “Escolas e demais instituições que lidam diretamente com a criança têm que reforçar informações para que elas se previnam de possíveis abusos sexuais cometidos por pessoas que utilizam da internet para esse objetivo”, diz a policial,acrescentando que os agressores se aproximam das vítimas se fazendo passar criança, por um “amiguinho".
Mônica Horta, delegada da Polícia Federal

No caso da Pedofilia pela Internet, o abusador utiliza de recursos como MSN, Orkut e outras ferramentas similares para se aproximar da vítima. Pela pesquisa, eles levam aproximadamente um a dois anos para conquistar a vítima, geralmente menor de idade. "E depois dessa proximidade virtual, o encontro presencial é muito mais fácil. Daí a importância dos pais estarem monitorando, saber quem conversa com seus filhos e controlar o acesso de pessoas “estranhas” entre seus contatos”, explica a delegada, dizendo que a pedofilia é uma doença que faz com que o portador tenha uma compulsão em abusar sexualmente de crianças. Geralmente, os indivíduos não aparentam visivelmente desvios psiquiátricos.  
Pais presentes
Karla Gise está o tempo todo vigilante quanto ao acesso de sua filha
A mãe de A.V.F.M., Karla Gisele da Silva Ferreira diz que as crianças, por si, são curiosas e, segundo ela, a criança deve ser observada se com o computador no quarto ou na sala. “Elas navegam e acham que nunca é nada demais. A internet tem de tudo hoje em dia, tem informação, entretenimento, mas também tem sites pornográficos situações que levam ao risco. As crianças têm acesso a essa ferramenta facilmente nas escolas, lan houses e em casa de amigos. Se os pais não estiverem limitando ou orientando, não tem freio. Até os sete anos de idade, é possível controlar. Depois disso, há uma rejeição dessa liberdade vigiada”, explica destacando que é um meio perigosíssimo, por isso é importante colocar algumas restrições nas páginas de risco.

Os perigos começam num simples acesso ao bate-papo, numa simples conversa causual com uma pessoa desconhecida. E quando menos se espera, o desconhecido pode se tornar um "amigo" perigoso na realidade. "O virtual passa a ser realidade e põe em risco crianças. Os pais que acham que estão invadindo a privacidade de seus filhos argumentando que estão deixando crescer com as próprias pernas, estão errados”, reforça ela, alegando que o limite é preciso e que muitos não tem idade necessária para discernir o que é certo do errado.
A delegada aprova essa vigilância e destaca que "o perigo tem diversas faces. São crianças vítimas, que fazem parte de famílias que tem acesso à informação. Outras que encontram justamente na Internet pessoas que dão atenção já que não encontra em casa. E uma outra parcela que são pessoas socialmente carentes que utilizam ou chega até a casa do agressor sob troca de "presentes", seja doce, roupa ou dinheiro.
Atuação MPF e PF

Procurador do MPF, Rui Bastos
A Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) estão agindo para que investigações e o controle permanente  diminua o número deste delito. A delegada Mônica diz que “algumas vezes, as vítimas nem sabem que estão sendo violadas. Os agressores justificam que é uma maneira de estar educando e mostrar a satisfação momentânea para a criança. Um destaque é que as estatísticas revelam que os agressores, geralmente, são pessoas conhecidas, de confiança. E que geralmente a criança não imagina estar em risco com esse agressor”, conta dizendo que normalmente são padrastos, vizinhos ou pessoas que se fazem de "amigos". 
O procurador regional do MPF, Rui Nestor Bastos Melo, diz que pelo fato de envolver crianças, a atuação é redobrada. “A publicação de material com fotos ou outras mídias de pornografia infantil devem ser combatidas. Quando autores do delito põem a criança sob submissão, divulgam e comercalizam essa prática o assunto passa a ser prioridade. É um crime odioso e a punição é mais severa. Algumas denúncias estão sendo feitas em Sergipe. E algumas já apontaram para a apreensão de um sergipano que fazia parte do esquema, mas não da quadrilha. A instituição não medirá esforços para combatê-los".
Cuidado dobrado
Para Rui Bastos, é preciso inclusive adotar estratégias diferentes para inibir ações de pessoas que levem outras a cometerem os crimes. “Inclusive, estamos denunciando pessoas que permitem a terceiros o acesso público em computadores que tenham material pornográfico envolvendo crianças. O fato de dispor esses arquivos para pessoas que supostamente possam publicar, já compreende crime. Principalmente porque esses delitos são formas de pessoas estarem ganhando dinheiro pela divulgação da pedofilia na Internet às custas das crianças”, finaliza.

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