sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Conheça o Pedófilo


O pedófilo sofreu algum problema durante o processo de desenvolvimento da sua sexualidade e sua vítima pode vir a se tornar um


Pedofilia é o desvio sexual caracterizado pela atração por crianças ou adolescentes sexualmente imaturos. A psiquiatra Sheila Bastos explica que o pedófilo teve algum problema no desenvolvimento normal da sua sexualidade. “Todo perverso pedófilo sofreu algum fator negativo durante o processo do seu desenvolvimento sexual, seja vítima de abuso sexual, ou de outra violência, a exemplo dos maus-tratos”.

Ela explica que não existe um perfil psicológico único para o pedófilo. E que apesar das características serem variadas, todos sofrem de uma perversão sexual, que significa um jeito ‘inadequado’ de lidar com uma situação em algum determinado momento. “Geralmente os pedófilos não são agressivos, mas, sim, sedutores, cuidadosos e procuram presentear a vítima”, diz.
 
Geni Shuster: Pedófilo é enganador
Quem também confirma esta informação é a juíza da 11ª Vara Criminal, Geni Schuster. Ela conta que em diversos depoimentos o acusado é descrito pelos seus próximos como uma pessoa de conduta ilibada. “O pedófilo é um cara enganador, um cara bem educado, gentil, ele engana os amigos. Nós já tivemos casos de chegarem mais de cem declarações de pessoas dizendo que o acusado é um homem ótimo e a filha ou filho dizendo que ele cometeu o crime”, relata.

Pessoas próximas
A delegada Mariana Diniz, do Centro de Atendimento aos Grupos Vulneráveis (CAGV), informa que as estatísticas apontam que, na maioria dos casos, o abusador é uma pessoa próxima e de confiança da criança. “O genitor vem em primeiro nesta lista, depois o padrasto, um parente próximo ou vizinho. Como a vítima confia nele, o abusador chega de uma forma que esteja fazendo um bem”, diz.
Relatórios da Polícia Federal descrevem o perfil do abusador:







De acordo com a presidente do Fórum de Direitos da Criança e do Adolescente, Lídia Rêgo, recentemente houve um grande avanço no combate nos casos de pedofilia pela internet, com a quebra de sigilo. “Isso era um grande nó, porque até para o juiz fundamentar sua decisão era complicado, pois não tinha um aparato legal que pudesse entrar nas relações (do Orkut, por exemplo). Então esta quebra de sigilo foi uma semente jogada e da qual ainda vamos colher os frutos no futuro”, diz ela, acrescentando que a pedofilia vai muito além de uma doença.
Conduta do perpetrador na internet:


Egosintônico
Segundo Sheila Bastos, a pessoa que pratica a pedofilia é um egosintônico. Quer dizer, que é aquela pessoa que concorda com seu próprio jeito de ser. “Para ele, praticar a pedofilia ou o abuso sexual não causa incômodo. Ele não sofre por isso e acha que é uma atitude normal. E alguns casos, podem até não ter noção de que está fazendo mal a uma criança”, ressalta ela.
E este também é o motivo porque não se tem conhecimento de pedófilos procurando tratamentos psicológicos ou psiquiátricos. O pedófilo não entende que está fazendo algo errado, por isso não procura tratamento. “E a cadeia serve para muito pouca coisa. O ideal seria uma determinação jurídica para que fosse feito um prognóstico e um tratamento”, diz Sheila Bastos, acrescentando que esta pessoa com certeza sairá pior do que entrou numa cadeia. “Já pensou se ele sofrer novas violências no presídio”.
Os casos de abuso sexual acontecem com maior freqüência em famílias de baixa renda. “O crime
Delegada Mariana Diniz
acontece em famílias menos abastadas. É comum que numa civilização mais estruturada seja cerceada a animalidade”, confirma a médica.

Denúncia
O CAGV atende o município de Aracaju e é uma porta de entrada de denúncias. De acordo com a delegada Mariana, qualquer pessoa pode denunciar anonimamente por telefone e também discretamente indo à delegacia.
O abusador pode ser preso por flagrante ou através de investigação. São colhidas provas para haver a representação de prisão preventivamente. “Este ano houve muitas denúncias. Acredito que os casos sempre existiram, mas as pessoas estão ficando mais conscientes e também acreditando no nosso trabalho”.
Ela informa que o resultado do processo nestes casos não é rápido, pois a demanda é grande e há deficiência de pessoal. “O laudo pericial é imprescindível, passo importante para a celeridade do fato. E a pena varia de 6 a 10 anos”, diz.




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