domingo, 17 de abril de 2011

DOCES EM TROCA DA INOCENCIA


O perfil de um pedófilo




A inocência em troca de doces, brinquedos, alimentos, celulares, dinheiro e gibis. Essas são algumas maneiras que os pedófilos encontram para atrair as crianças, conquistarem sua confiança e depois abusarem sexualmente delas. Velozes, discretos e estrategistas, os violadores deixaram apenas de agir através de contato físico e aliciam cada vez mais meninos e meninas também pela web. Acontece que as medidas preventivas para autuar esses agressores ainda são poucas; um reflexo demonstrado pela dificuldade verificada em identificar o perfil de um pedófilo.
O distúrbio comportamental desse indivíduo é refletido pelo desejo sexual que possui por crianças. Para obter o seu objeto de prazer, os pedófilos forçam que suas vítimas realizem o ato sexual ou a masturbação, usando diferentes artifícios para criar vínculos e calar a criança. “O pedófilo é um estrategista, e ele pode conquistar sua vítima com coisas pequenas, como uma simples bala, ou então vai precisar de presentes mais caros; tudo varia muito de acordo com interesses, classe social e etc. O certo, é que, por conta desses benefícios, a pessoa violentada fica seduzida, e não sabe se essas relações são certas ou erradas”, comenta a psicóloga especialista em violência sexual infanto-juvenil, Roseana Cunha.
Quando os abusos sexuais já estão acontecendo, o comportamento desse agressor pode mudar em relação àquela pessoa que está sendo violentada. O mais comum, segundo a especialista, é que o agressor e o agredido se tornem mais próximos. “Raramente é o comportamento do agressor que vai mudar dentro de casa, e sim, o da vítima. Ele continua sendo do mesmo jeito, procura sempre agir de forma sutil e com muito cuidado para esconder isso. Geralmente vai procurar crianças ou adolescentes inocentes, fáceis de conquistar, novos, e, de preferência, com falta de informação sobre o assunto”, explica.
Nos casos apurados pela Delegacia de Repressão contra Violência à Criança a ao Adolescente na Paraíba, a delegada responsável, Joana D’arck, conta que dois extremos são verificados com frequência no perfil desse pedófilo com a vítima. “Ele passa a negligenciar essa pessoa, trata mal, diz que ela não presta e são pessoas que não se ‘bicam dentro de casa’. Mas também acontece com frequência o contrário. Ele pode dar uma de ‘superprotetor’, quando é adolescente, não deixar que namore e nem que saia com os amigos; o que engana muitas mães e faz com que elas cheguem até a delegacia sem acreditem no comportamento agressivo do companheiro”, conta.
Quando o aliciamento é feito pela internet, a dificuldade em descobrir aumenta. “É uma situação bem mais difícil de detectar, por que é algo escondido demais, e as crianças estão cada vez mais expostas nesses meios e conversando com pessoas que não conhecem. É preciso que os pais vigiem, pois qualquer pequeno detalhe pode ser um sinal de violência. É preciso tomar cuidado”, alerta a psicóloga.

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